segunda-feira, 19 de março de 2012

Presente do Vento

O vento trouxe uma pedra
que plantei em meu terreiro
Ela deu uma flor
que chamei de Vitória
O vento vestiu uma saia
e começou a rodar
Espalhando suas flores
por todo esse lugar

Oiá Oiá Oiá
Rosa pedra vitória
Ventania que leva embora,
ventania me traga de volta

O vento plantou semente,
semente virou raiz
Ela deu uma roseira,
de rosa palha-amarela
A rosa tornou presente
que fica em meu coração
Hoje faz parte da nossa vida
e da minha oração

Oiá Oiá Oiá
Rosa pedra vitória
Ventania que leva embora,
ventania me traga de volta

Ventania que leva embora,
ventania traga meu amigo de volta

17/10/11

segunda-feira, 12 de março de 2012

Ceci, Amyr e Janaína

Encontrei Seu Ceci nas ruas de Paraty
Em poucos minutos, me contou sua história
e o homem de 60 anos me emocionou com suas memórias
Ele, simples pescador, que também gostava de mergulhar
iniciou, sem querer, um famoso menino na arte do mar
Sem planejar, o menino surgiu faminto por embarcar
naquela que seria sua eterna canoa: Janaína
O menino, de tão insistente, fez Seu Ceci emprestar a canoa
e, de repente, tinha sumido na lagoa
Disseram a Ceci que fora do outro lado da bacia,
visitar a ilha de seu pai
Cecir admirou-se pela vontade de um menino de dez anos de idade
Alguns anos passados, o menino voltou ao pescador
acompanhado por sua mãe que pediu, quase chorando,
que a canoa fosse comprada, pois o menino
desde aquele dia, só ficava acordado sonhando
com aquele mar e por ali estivesse navegando
Assim, Seu Ceci vendeu Janaína
que o menino Amyr até hoje conservou muito querida
Anos depois, o menino também virou homem do mar,
conta histórias de sua vida a navegar pelo mundo
mas não esquece onde nasceu sua sede por viajar:
em Paraty, com o pescador, poeta e encantador Seu Ceci!




















Ps.: Ao final dessa conversa Seu Ceci tinha lágrimas nos olhos. 
Não resisti, e lhe dei um abraço!

terça-feira, 6 de março de 2012

Pedido

Minha mãe d’água, me leva embora desse lugar
que tanto penso e não chego onde espero
Me leva pro seu mar onde tudo pode se realizar
Sento na beira da praia,
olho suas ondas e seu verde-azul me acalma a mente
Leva embora minhas tristezas, me enche de brisa
Janaína que embala os barcos, embala meu corpo agora nas ondas do seu mar
Serena meus olhos, serena minha alma
Rezo a minha mãe d’água que venha me levar
Eu como pescador, que não conhece nada dos seus encantos, nada da vida
Tento entender as ondas do mar, seu vento, seu balanço
Minha mãe, meu mar
Que me leva e me volta a mim
Que me traz de volta a sua frente
pra entender o quanto é grande esse mar, essa vida
e o quanto sou pequena nessa areia de praia
Me guia nas ondas dessa vida,
me leva onde tenho que estar e me dá coragem
pra levar o meu barco por seus misteriosos caminhos,
meus pensamentos nessas ondas que não sei por onde vão dar




05.03.12