sexta-feira, 16 de maio de 2014

VAZIO


Não é o que eu sinto em mim
Mas o que sinto no que vejo
Vejo palavras fortes, campanhas, conselhos, e nada.
Só o vazio das folhas que não existem
Saudades de ler e escrever, de sentar no fim da tarde, de abraçar
Não vejo pessoas, vejo reflexos, espelhos que tentam impressionar
E assim, vejo o vazio
O vazio de meus contemporâneos, que se perdem em teclas sem voz
Eu vivo no meu silêncio, para não falar o nada
Nada de impressionar, declarar amores e ideais, levantar bandeiras que estão em branco
Levanto-me e trabalho,
Levanto-me e cuido,
Levanto-me e ando.
Todos os dias vejo pessoas reais, numa vida de trânsito, numa estrada de muitos caminhos
Abraço quem eu posso, beijo quem se importa, brigo se acordar alguém
O resto.... só vazio
E eu, só uma voz a teclar.


16/05/14